Gostamos mesmo da vida como ela é?
O que é certo é que estão bastante visíveis, do interior e do exterior do auto.
Já duas vezes tive a reacção de pessoas mais velhas que, com cara de messenger, me alertam para a possibilidade de algum gandulo, algum macho latino, alguma má pessoa me dê cabo do carro à conta disso. Eu faço sorriso amarelo e penso "os naperons terão esse efeito nas pessoas?".
Não o fazem por mal. De facto, preocupam-se e as intenções até são boas, mas o medo, o medo fala sempre mais alto.
Gostamos da hipocrisia, do preconceito, do medo? Gostamos mesmo da vida como ela é? Porque a vida tem esse lado, mesmo naqueles que mais gostamos e que até gostam do nosso naperon.
Sim, acho que gosto da vida, como ela é e quando é mais vida. Mas isso não quer dizer que deixe esse lado vencer. Por isso, se me quiserem partir o carro, olhem: "gostamos de carros partidos".
3 Comments:
At 9:59 da manhã, ana said…
é uma boa pergunta essa. é a mm coisa de que o jorge palma (grande bem hajas jorgito!) diz com "há quem goste do céu mesmo quando não é azul".
lembra-me tb a velha discussão sobre a tolerância com a intolerância...
At 12:59 da tarde, Anónimo said…
"A vida como ela é" pode não ser(e não o é tantas vezes!) como queremos que ela seja. Para mim, o grande problema é quando "a nossa vida não é como nós queremos" porque temos MEDO daquilo que desejamos, isto é, temos medo de ter a vida que queremos ter.
("Não semear por ter medo dos pássaros")
E não avançamos, e deixamo-nos estar, e não reagimos e "vai-se andando".
(FRASE QUE DEFINE UMA CULTURA - a portuguesa - "Vai-se andando")
Ora, são as culturas que moldam/educam/enquadram as pessoas, mas também são as pessoas que vão fazendo as culturas.
E, apesar do facto de estarmos a falar de um produto(Sejam nossos clientes! Comprem telemóveis!), de uma campanha com um fim comercial, parece-me que há algo de positivo nisto. Porque (façam-me o reparo, se estiver errada) a maioria das campanhas publicitárias portuguesas vão buscar o que há de pior na cultura portuguesa.*
Todos nós temos é de começar a não ter medo de dizer e fazer aquilo que a tmn fez: a dizer alto e em bom som o que é que gostamos, sem recear que alguém nos exclua ou simplesmente nos parta o vidro do carro.
Inês (a prima).
(Tudo isto porque eu sei que a Vi Sente gosta de naperons e de gays, isto é: gosta de pessoas e está aberta a receber aquilo que elas têm para dar, tenham 80 ou 20 anos).
*Dois exemplos:
Uma marca de cerveja (não me lembro se Super Bock ou Sagres), no Porto tinha qualquer coisa como a seguinte frase num dos cartazes (cito de memória, se não é isto, é esta a ideia): Afinal nem tudo o que os mouros(!) fazem não presta/é mau.
A propósito do aumento do IVA, surgiram bastantes anúncios relacionando o pagamento dos 21% com a burrice/estupidez de quem paga. O Continente teve um outdoor bastante horrível e enganador sobre este tema.
At 2:31 da tarde, ana vicente said…
Ó minha rica Inês, bem hajas! Está tudo dito!
Acho que compreendo o que queres dizer, ana, mas não sei bem se entendo o alcance daquilo que queres dizer (adoro estas frases estúpidas que escrevo). sei que tenho de ser relativamente tolerante com a intolerância (escondida) dessas duas pessoas. Sei que, de alguma maneira, ao ter essa atitude, estou a trabalhar um pouco na tolerãncia deles também. Mas não quero ser tolerante com a intolerância de alguém que me parta o carro (coisa que, agora a acontecer, será com certeza perpetrada por um leitor do naperon). Por isso é que há a choldra. (e já agora bem hajas tu também, ana, que eu gosto de espalhar amor)
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