naperon

Duas boas amigas juntam-se para desarrumar os bibelots.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Para fazer hoje alguém contente, seja eu

O FIM DE TUDO

No começo era o fim
agora ai de mim
era bom, era a sós
agora ai de nós
como é que se sai
do eterno ai
como é que se faz
pela paz
que é o nosso bem camuflado
dá-se aquela de emancipado
e some cada um p'ra seu lado
o perfeito casal
habitué da columa social
estrilhou, estrilhaçou
vá lá saber-se porquê
vá lá saber-se porquê
O fim de tudo
é um recomeço
e olha, eu bem que mereço
tratar bem do melhor em mim
No começo, a paixão
agora essa não
era tudo demais
agora é só ais
que é do amor que aparecia
tão cru na fotografia
que é do amor que se fez
não volta mais a ser feito
vai-se de coração ao peito
cortar pela vida a direito
coração trivial
a afundar em água doce, água e sal
estrilhou, estrilhaçou
vá lá saber-se porquê
vá lá saber-se porquê
O fim de tudo
é um recomeço
e olha, eu bem que mereço
tratar bem do melhor em mim
No começo é para sempre
agora há quem lembre
a promessa a preceito
de peito ao ar, mão no peito
pelo jeito da mão
ainda é talvez sim, talvez não
mas o fôlego falha-nos
quem nos acode
a parte esquerda do peito explode
e o coração que gire e que rode
O fim de tudo
é um recomeço
e olha, eu bem que mereço
tratar bem do melhor em mim



Sérgio Godinho (versão com clã, of course)