naperon

Duas boas amigas juntam-se para desarrumar os bibelots.

quarta-feira, julho 06, 2005

Sem saltos no ar

Só soube hoje que o Ballet Gulbenkian vai ser extinto. Ainda estou um bocado em choque. É uma notícia muito triste. Representa o fim de uma era, o fim de um grupo sem o qual não consigo conceber o panorama cultural português. Seria como extinguirem a Ponte 25 de Abril.

Para mim, o Ballet Gulbenkian representa a excelência, representa a abertura, o encontro entre público, bailarinos de excepção e coreógrafos de todo o mundo. Na Gulbenkian, a Criança viu pela primeira vez um palco e gente lá em cima. Na Gulbenkian, impressionei-me sempre, se não pelas coreografias, sempre pelo brilhantismo dos seus bailarinos.

Não sei o que vai ser agora. Nem vou acusar a Fundação Calouste Gulbenkian de nada, ou não fosse a instituição que mais tem feito pela cultura, arte e investigação em Portugal. Se decidem extinguir um Ballet com 40 anos, não o fazem de ânimo leve e terão, sem dúvida, um projecto delineado e pensado para a dança. Só posso pensar assim.

Hoje quero apenas expressar a minha tristeza. Fica uma sensação de vazio. Não haverá mais temporadas do Ballet Gulbenkian. Para aqueles bailarinos, que sempre admirei profundamente, fica apenas uma palavra: coragem. E, já agora, outra: obrigada.