O direito de saber
Mais uma vez, a paranóia dos tempos modernos. A minha primeira reacção foi de repulsa perante esse comunicado. A ideia de alimentar o medo perante as populações parece-me o principal objectivo do terrorismo e senti que o FBI estava a pactuar com ele. Imaginei toda aquela gente com medo, a olharem-se com suspeita, a suspirarem de alívio ao fim do trajecto.
Mas, depois, reconsiderei. Temos ou não o direito de saber? Temos ou não o direito de escolher perante esse conhecimento? Deverá o Estado proteger o Estado a todo o custo, cego à ignorância daqueles que afinal defende?
Quero que o Estado me proteja ou quero que me dê meios para me proteger também? Quero que mantenha a ilusão de segurança ou me mostre que, afinal, tudo pode acontecer a qualquer momento, por isso é melhor abrir os olhos? Até sei qual é a resposta certa, mas não sei qual é a mais eficaz.
Talvez tenha sido uma prova de confiança ao povo de Nova Iorque. No fundo, o FBI não teve medo do medo. Enfrentou-o de frente e partilhou-o com quem mais riscos corre. Quais serão as consequências, não sei.
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