naperon

Duas boas amigas juntam-se para desarrumar os bibelots.

segunda-feira, novembro 22, 2004

A pobre da Bridget

Toda a gente falou e falou do Diário de Bridget Jones, o primeiro. Basicamente algumas mulheres a caminho dos trinta que se identificavam com a figura da Bridget bêbada a cantar o “All by myself” sozinha em casa. Eu vi e até me diverti, mas a verdade é que a minha memória do filme prolongou-se muito mais por aquilo que me chegava da memória dos outros do que propriamente por imagens do filme. Tenho a imagem desse início hilariante e guardo outra da famosa camisola do Colin Firth na festa de Natal em casa dos pais de Bridget. Depois, lembrava-me que o Hugh Grant era o “cafajeste” e o outro o gajo porreiro mal compreendido.
Nesta neblina cinematográfica, lá me ia deixando convencer que até me tinha divertido no primeiro filme. E provavelmente até me diverti.
Mas isso acabou. Ontem fui ver o “novo diário” e, oh Deus, que grande disparate. Passou-se da ideia de comédia romântica para a comédia dos disparates, que até pode ser um género engraçado, mas que desvirtua o espírito irónico que reconhecia na Bridget.
Acredito que as mulheres a caminho dos 30 gostaram do primeiro por esse mesmo sentido de ironia em relação às suas próprias angústias, aos seus projectos de vida, às suas disfunções emocionais e aos seus dilemas existenciais.
Aqui, a Renée Zellweger transforma o trabalho de personagem numa caritura insuportável daquilo que ela supõe ser uma mulher como Bridget Jones. E as melhores piadas residem na repetição dos gags e dos momentos do filme anterior.
No fundo, acho que este filme matou a possibilidade de alguma mulher se reconhecer nesta Bridget Jones, exactamente o que tinha feito o sucesso do primeiro filme. Ela continua a ser uma mulher inteligente (ou pelo menos a caminho disso) com problemas emocionais, mas aqui aparece mais como uma pateta tonta com tiques irritantes. Não é a baixa auto-estima que me rala, é mesmo a idiotice desta personagem.
Nem a referência à Madonna salva este filme.

6 Comments:

  • At 6:22 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Não vi nem penso ver o diário da senhora. Também não o li nem penso lê-lo! Não é coisa que me faça perder tempo, talvez haja quem goste, talvez…

    O Diário da senhora faz parte da cultura light (extremamente feminina, diga-se de passagem) que se dissemina, como uma doença, pelo nosso pós-moderno tempo! É uma espécie de versão mainstream do insuportável “O sexo e a cidade”, com as insuportáveis quatro banais e patéticas amiguinhas. Todas muito in e pouco out, embora o contrário é que seja verdade!

    O ideal seria que as mulheres deixassem de ser mulheres e os homens deixassem de ser homens, mas parece que (ainda) há muita coisa contra. Paciência! É pena!

    j.c.t.p (http://forestglade.blogs.sapo.pt)

     
  • At 4:20 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    ponham lá a sandera que o pessoal vai ver

     
  • At 6:10 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Existe um tipo que se chama anonymus.. que coitado não tem mais nada de interessante para fazer, do que refresh ao naperon de 5 em 5 minutos... e fazer comentários com o único neurónio q têm. Eu aconselho esse anonymus (que claramente tem um problema sexual por resolver) para encontrar coisas mais estimulantes para fazer na vida... sei lá!!!! ARRANJAR VIDA PRÓPRIA!!!

    ou então cria o teu próprio blog e escreve para o teu umbigo!!!

    CHICO

     
  • At 10:56 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Meu caro CHICO,

    Trata-se apenas de uma profunda admiração pela beleza natural da menina. Não negue, ela sabe encher de luz qualquer recanto escuro de qualquer sala e de qualquer coração desprevenido.
    Não existe aqui nenhum tipo de recalcamento e quanto a problemas sexuais digamos que é apenas admiração platónica, distante e puramente estética a que nutro pela dita menina.
    Ou seja, e trocando por miúdos, não tenho qualquer interesse romantico-sexual na menina.
    Claro que há quem não compreenda isso. Se o caro colega tem dor de cotovelo sugiro-lhe que assuma.
    Eu tenho olhos na cara e não sou cego. Bem vejo como a olha.

    Anonymous Voyeur

     
  • At 11:22 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Não tens mesmo mais nada de interessante para fazer....!!!
    estou-te mesmo a ver de panamá e de binóculos atrás de uma DUNA!

    SAD SAD ANONYMUS

    CHICO

     
  • At 3:06 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Não preciso de dunas nem binóculos nem de me esconder em qualquer lado para poder apreciar toda a beleza de uma mulher.

    Como referi anteriormente não tenho interesses maníaco-sexuais ou neurótico-românticos na rapariga. Nem percebo o seu interesse em prolongar a conversa nesse sentido.

    Dizem que as pessoas geralmente projectam nos outros aquilo que elas são. No seu caso, parece-me assustadora a imagem de estar atrás de uma duna com binóculos. Talvez seja o seu lado Zézé Camarinha adormecido, ou será mais Alexandre Frota?

     

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