naperon

Duas boas amigas juntam-se para desarrumar os bibelots.

quinta-feira, julho 28, 2005

Os homens das obras

Sempre me questionei, perante as grandes obras de engenharia, como é que se dirigiam os trabalhos. Vão para lá aquelas pessoas todas, trabalhadores sólidos e destemidos, mas que não têm ideia do todo que estão a construir. Especializar-se-ão? Do género: eu sou o gajo que empilha os tijolos, enquanto há outro que lhe diz onde tem de empilhar os tijolos. E quando se tem uma dúvida, avança-se? São questões que de facto me preocupam quando passo por grandes obras. Esse buraco é mais ao lado. Que buraco? Eu faço o cimento, pá. Imagino o primeiro dia de uma grande obra. A distribuir tarefas... Para mim é demais. Gostaria de pensar que quem está a construir uma ponte ou um prédio de 20 andares sabe o que está a fazer, mas não. Quer dizer, sabe perfeitamente o que está a fazer naquele ponto, mas se calhar não sabe qual é o sentido daquele ponto no todo.

Passo por uma obra e penso nisso. E, embora não arranje uma solução para o assunto, ocorre-me que uma das funções para que estão claramente designados é a da arte do piropo, do assobio, da boca foleira, do estímulo ao ego feminino e da manutenção da virilidade do macho. Ao menos, no primeiro dia de trabalho, eles sabem que têm de fazer isso. Para mim, isso já é um conforto, um grande conforto.

Keep up the good work, boys!