Mulher, gaja, babe
A minha visão sobre o Dia da Mulher resume-se a duas questões essenciais: Luta e Celebração.
LUTA porque ainda há tanto para conquistar. Ao contrário do que possa inicialmente pensar, esta LUTA não é feita contra os homens. É feita também por eles e para eles, para nos libertarmos todos do jugo da opressão misógina, do preconceito, da violência. Se, no meu conforto burguês, posso LUTAR pela mudança de mentalidades, há ainda mulheres (não muito longe da segurança do meu lar) que têm de lutar por outras coisas, pela sobrevivência, pela integridade física, pela independência, pela liberdade, pelo orgulho. Essa é uma realidade que me faz ainda dizer, como a Madonna, que apesar de sermos o género maioritário, somos ainda tratadas como uma minoria. Uma das grandes questões relacionadas com a mulher, tem mais a ver com a expressão do Poder, do que o Poder ele mesmo. A frase "por detrás de um grande homem, está sempre uma grande mulher" é redutora e um pouco idiota, mas é significativa. Já não é suficiente o poder da alcova, aliás nunca foi. A título de exemplo, num governo com 16 ministros, há duas mulheres.
CELEBRAÇÃO porque é bom ser mulher e é bom que nos lembremos disso, que gostemos disso, que nos digam isso, enfim que façamos uma festa! Porque é bom estar viva! Porque é bom ser mãe, ter Tensão Pré-Menstrual, clitóris, mamas, e aquelas coisas todas que a Sheryl Crow fala na música dela. CELEBRAR o facto de essa ser uma realidade que não queremos ignorar - ser mulher - mas que essa não é uma condição para exclusão ou para o preconceito - ninguém nos pode impor um "ser mulher" diferente do que queremos.
Para que mais serve este dia? Suponho que para dinamizar o mercado e para dar azo a atitudes cavalheirescas e mais "companheirismo" entre as miúdas. No fundo, serve para colocar a questão. É bom? Eu sei lá. É suficiente? Claro que não.
Aqui ficam os meu parabéns, de qualquer modo e sem dúvida alguma. O meu gesto de regozijo e admiração, em relação a todas as mulheres que conheço e que não conheço e, evidentemente, em relação a mim.
Obrigada a todas!
3 Comments:
At 3:45 da tarde, Anónimo said…
Muito bem visto, parabéns!!!
Já agora deixo aqui o meu blog para poderem criticar,lol
http://souburro.blogspot.com
At 11:43 da manhã, Anónimo said…
A Oprah fez um programa muito interessante sobre as mulheres e respectivas vidas em diferentes pontos do globo.
Do Brasil ao Ruanda, Da frança ao Iraque... foi impressionante.
As mulheres iraquianas por exemplo estão na sua maioria viciadas em calmantes há imensos anos. É mais fácil e barato comprar uma caixa de valium do que pastilhas elásticas... e esta dependência foi a resposta que encontraram para as exigências da tirania em que viveram durante anos, foi a forma que encontraram para estarem apáticas nos funerais da familia quando lhes era proibido chorarem e é a forma que continuam a ter para sobreviver a uma anarquia que não as deixa dormir.
Vivem no medo e com medo.
E este é só um dos muitos exemplos que se podem dar.
Neste dia o meu pensamento vai para todas elas, para as que estão longe e para as mulheres portuguesas que ontem tao bem testemunharam nos jornais da noite. Mas sinceramente acho que só o pensamento não chega e há que procurar maneira de as ajudar.
Esse é o meu compromisso.
Sandera
At 12:01 da tarde, Anónimo said…
Não entendo como é possível comemorar o dia internacional da mulher. Então se elas estão alinhadas com o universo, dependem da lua e estão com as marés, ovulam, gestam, dão à luz e ainda amamentam. Se ainda têm tempo, no meio disso tudo, de ir às compras, ao cabeleireiro, tratar das crianças e da casa, gerir empresas…
homem, esse animal...
www.turnodanoite.blogspot.com
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