naperon

Duas boas amigas juntam-se para desarrumar os bibelots.

quinta-feira, abril 14, 2005

Destruir

Tudo o que está mal erigido acabará eventualmente por cair.
Cai. Tem caído. Quando cai, não é agradável. Não pela queda, mas pela surpresa do estrondo, porque há coisas que nem desconfiávamos que estavam mal erigidas. Achávamos que estavam seguras, muito seguras e que eram, tolos, inabaláveis.

Temos de ver o chão em que pisamos.

Este é um post de esperança, embora possa ser lido como desesperança ou com amargura. Mas não será assim bem lido. Escrevo-o hoje, porque aproxima-se mais um aniversário e gosto de pensar no que passou e no que virá.

Tenho os pés assentes no chão.

Aquilo que cai tem de ser destruído. E o que não cai deve ser revisto, bem estudado nas suas estruturas básicas. Não queremos mais derrocadas. Prestes a fazer 28 anos, insisto neste ponto -tenho-me tornado talvez demasiado insistente, bem sei- o que cai não tinha fundação sólida, estava mal feito, mal tratado, mal estruturado. A culpa é de quê, de quem? A resposta é vaga. Das ilusões, das expectativas, da filha da putice, da estupidez, da ignorância, da insegurança, do medo, sim, principalmente do medo.

É bom errar e é, por isso, que não devemos ter medo. Temos essa opção. Esta é a minha prenda de aniversário antecipada, podem perdoar-me o narcisismo, a umbiguice, o egocentrismo. Que se dane!

Sei que se me destruires agora, querido leitor, poderás ver-me muito melhor depois. Sem dramas, sem ilusões, apenas lendo. Porque tudo o que se destrói, ou quem se destrói (ou nos destrói), poderá enfim crescer de novo bem mais sólido.

É por isso que este é um post de esperança, porque neste aniversário posso dizer que tudo (ou quase tudo) o que foi caindo, no último ano, agora se encontra saudável, brotando diariamente com uma nova luz. E esse quase que falta para fazer o tudo tornou-me uma pessoa com menos medo. Por isso mais forte.

3 Comments:

  • At 1:25 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    não querendo ser lamechas... toma lá as minhas lágrimas e o meu sorriso cúmplice. acho que estamos bem mais fortes, ana.

    saudades tuas. saudades tuas. saudades.

    miguel manso.

     
  • At 1:45 da manhã, Blogger ana vicente said…

    talves um destes dias me fotografes as mãos

     
  • At 1:01 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    "It's only after you've lost everything
    that you're free to do anything."

    Tyler Durden

     

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