2 horas mais cedo = 2 dias mais cedo = Menos 2 pontos de défice
Estou duas horas adiantada. Os meus colegas estão a chegar e eu já quero ir almoçar.
Para além das duas horas, sinto-me também dois dias adiantada. Hoje é quarta-feira, mas a verdade é que é sexta - o fim de semana começa dois dias e duas horas mais cedo, atrasando igualmente o início da próxima semana. Esta coisa das pontes tem que se lhe diga, porque subverte a ordem normal e estabelecida dos dias seguidos uns atrás dos outros com a lógica ordinal seguida da palavra feira (bizarro).
E, como não podia deixar de ser, sendo sexta-feira, embora seja de facto quarta, descobri coisas que preferia não ter descoberto: temos um governo de direita. Impostos para cima, idade de reforma para cima, modo de vida para baixo e mentalidade na mesma merda.
Quais reformas estruturais, quais mudança de mentalidade? No fundo, é fazer como eu: adiantar duas horas, dois dias e pronto, tudo resolvido! Onde estão as grandes mudanças? Para tapar buracos, qualquer um serve.
E por muito que eu vá avançando dois dias, continuamos atrasados 20 anos. A esta velocidade, não dá. Valha-me a ponte!
3 Comments:
At 1:03 da tarde, alexandre said…
Um dia tive insonia e fiquei acordado a noite toda (ja me aconteceu umas quantas vezes). Por volta das 6 ja estava farto e fui dar uma volta, o 45 estava cheio de gente a ir para o trabalho, a pastelaria ao fundo da rua com movimento normal e o trânsito ja se sentia. Caminhei de Alvalade até ao Castelo e reparei que a cidade é mais bonita quando o sol nasce do que quando se põe. Para quem gosta de contemplar Lisboa recomendo que visitem a cidade depois do nascer do sol, a luz é fantastica.
Quanto ao Governo, concordo contigo no ponto em que dizes que é de Direita, mas na minha opinião o aumento dos impostos é a unica marca de esquerda no conjunto de medidas. Paises onde a esquerda nao existe como os EUA, quanto mais à direita esão os partidos, mais eles defendem a diminuição dos impostos. Não te esqueças que ãs receitas provenientes dos impostos destinam-se a investimento no trabalho do estado que é dirigido a todos os cidadãos, desde hospitais, estradas, segurança, jardins, educação, combate aos incêndios. O problema é que na nossa sociedade de chico espertos (e falo das classes supostamente ricas da nossa sociedade)é bem aceite e detentor de mérito aquele que pratica a fuga aos impostos. Para acabar, nos paises do Norte da Europa toda a gente (de marcar toda a gente) paga uma brutalidade de impostos e ninguem reclama porque sabem o significado do termo Impostos para o Estado, para alem de verem obra feita e ficarem contentes com isso(depois da R. Francesa o Estado é o conjunto dos cidadãos, ou seja, nos e não o Rei). Devias também criticar pessoas como o Manuel Damasio que ha uns anos declarou o salario minimo e andava a passear-se de Ferrari F40. O aumento dos impostos e o combate à fuga fiscal assusta muito mais essa gente e do que a Raia Miuda e por isso é que se manipulam tanto os meios de comunicação social no sentido de denegrir essa acção que, a meu ver, é das unicas que se safam. Não é à toa que foi a unica medida criticada, em tempo record logo a seguir à declaração de Socrates, pelos partidos à direita do PS.
At 2:53 da tarde, ana vicente said…
Compreendo o que dizes, Alexandre. A minha questão está sobretudo na razão desta subida de impostos: o défice. Esta obsessão com o défice é anti-esquerda! Além disso, como sabes, o IVA é um imposto cego -não olha a rendimentos nem a status-, é indiscrimado. Se aumentassem o IVA em produtos de luxo, as coisas poderiam começar a tornar-se de esquerda.
Não precisamos de mais impostos, precisamos de uma administração mais eficiente. A todos os níveis. Daí a necessidade de uma reforma e não de uma medida extrema e de urgência.
At 10:04 da manhã, alexandre said…
Tens razão no ponto de vista que apresentas, escrevo so para fazer a seguinte nota, que a tua resposta me trouxe à memoria e acho que se aplica mt bem agora: Salazar foi quem criou uma taxa aos produtos de luxo, taxa essa que sobreviveu ao 25 de Abril, visto ser claramente uma medida de grande justiça social (como tu afirmas). Foi precisamente o nosso possivel futuro Presidente da Republica, Doutor Anibal Cavaco Silva (para mal dos meus pecados), que acabou com essa taxa. Isto fica so como uma curiosidade.
Enviar um comentário
<< Home