Livros vs. Jornais (vitória em casa)
Talvez tenha de recuar um pouco antes. Desde que comecei a ler à séria, desde os livros de Uma aventura e d’Os cinco até à Virgina Woolf, passando pelo primeiro best-seller que li O prémio do Irving Wallace (nas aulas de matemática do 9ºano, tentava lê-lo às escondidas – para quem conhece o livro, sabe que é impossível). Foram muitos os livros, muitos, mesmo muitos. Até começar a trabalhar, lia quase 30 livros por ano e guardava um caderno com as minhas apreciações genéricas sobre cada leitura.
Depois comecei a trabalhar e também a enredar-me cada vez mais em questões amorosas. Deixei de ler. Não foi nada que mais alguém se tivesse apercebido, porque ia lendo – mas passar de 30 para uns 5 livros por ano deixava muito a desejar. A cabeça já não se concentrava tão bem – diabo para o trabalho – e o meu ex-lado obsessivo-compulsivo fazia de mim uma exclusiva amante de amar.
Deixei-me disso.
Nos últimos meses, comecei a dedicar-me de novo à leitura. Mas de jornais! Lia jornais sempre que tinha um tempinho livre, nem que fosse um minuto. Lia-os compulsivamente mas, não sobrando muito tempo na azáfama da minha vida, lia-os com relativo atraso. Umas 3 semanas ou assim. Estava actualizada, mas o meu tempo é mais lento.
Depois veio o Frederico Lourenço (como já referi aqui) e o frenesim dos livros voltou-me. Em menos de 2 meses, li uns 6 livros.
Aí, começou o duelo que durou cinco segundos na minha cabeça: percebi que a leitura de jornais não era compatível com a leitura de livros. Disse, portanto, adeus aos jornais, lembrando-me do meu querido professor de Filosofia Medieval, que desdenhava a pretensa verdade estampada nos jornais. A verdade não pode, em princípio, ser impressa, mas se for, será com toda a certeza num livro e não num jornal. Com sorte, talvez numa revista como esta.
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