E assim, sem mais...
Gosto quando andamos com os livros dentro da mala, debaixo do braço, ao alcance da visão, e eles nos puxam lá para dentro com a impaciência em ser hora de tomá-los. Eles nos tomam assim. É tão raro. Quando sabemos que as personagens ficam connosco e nós nos preocupamos com elas, como se de íntimos se tratassem.
Quando se acabam livros assim, há um sentimento de perda, que acompanha a satisfação de se ter chegado ao fim, de dominar, enfim, a situação. Agora, escrevo este post, posso falar com algumas pessoas que leram também, convencer outras, mas sei, no fundo sei, que já estou de fora. O livro (neste caso, os livros), enquanto entidade viva, já não me pertence. É agora de outrém. A mim, como um romance perdido, só me restam as memórias, cada dia mais fracas.
A ficção alimenta-se da vida. Alimenta-me a vida.
2 Comments:
At 12:27 da tarde, Anónimo said…
Custa-me muito despedir-me de alguns livros e de alguns personagens. Sinto uma dor real ao fazê-lo e por isso guardo esse momento para um local reservado, como o meu quarto, para que ao fechar o livro possa "arrumá-lo" em mim de verdade.Não conheço frederico Lourenço, tenho que ir procurar..
At 4:26 da tarde, Anónimo said…
A última frase traduz a perspectiva apaixonada de alguém que vê a vida enquanto história, que como qualquer bom romance traz no seu princípio, meio e fim, uma lição bem válida para quem o lê.A escrita,a literatura, a capacidade de contar o mundo e a Vida são para mim dos melhores testemunhos que podemos deixar enquanto Humanidade. Sou fã do Naperon.
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