naperon

Duas boas amigas juntam-se para desarrumar os bibelots.

terça-feira, agosto 30, 2005

Mae, perdi a cabeça! (ou um post para ler com amor)

Há uma tradição entre os Vicentes. Nem sei bem se se pode chamar-lhe tradição - é mais uma herança genética ou educacional, talvez, que assume diferentes comportamentos em mim, no meu irmão e no meu pai.

Somos distraídos.

No caso do meu pai e infelizmente sem termo de comparação anterior (não me lembro de distracções na minha avó e do meu avô não me lembro de todo), ele apresenta-se como o mais distraído dos Vicentes. A sua fama precede-o e disso já ninguém o livra, mesmo não havendo por aí muitas histórias recentes.

O meu irmão é o que chamaria um distraído prematuro. Se tem de começar a procurar, acha logo que já perdeu! Mas normalmente basta procurar para saber que não perdeu.

O meu caso, bom o meu caso é diferente. Digamos que eu sou uma distraída em negação. Nunca consigo acreditar que acabei de perder uma coisa. Resisto até ao limite. E, no final quando todas as minhas tentativas sucumbem, ligo à minha mãe, é claro. Ela está livre desta linhagem - não perde coisas - e saberá o que devo fazer.

Ontem, aconteceu-me algo semelhante. Mas não eram umas chaves ou um cartão... era o meu carro. Não que não soubesse onde o tinha estacionado, não, tinha a certeza que estava ali naquele sítio onde estava outro! Levaram-me o carro, pensei. Mas estava bem estacionado. Se calhar, roubaram-no, mas quem haveria de querer um carro tão velho? Liguei à minha mãe. Ela lá me disse o que tinha de fazer. E eu, atarantada, comecei a andar e logo o vi, ainda ao telefone, todo saído, todo composto, o meu carrinho. Um erro de cálculo a que acrescentei alguma histeria.

Dirão agora vocês: afinal não estás assim tanto em negação. Pois não, estou a melhorar. Já sei que me é possível perder coisas. Já sei que sou desorganizada. Já perdi recentemente as chaves do carro, pensei que tivesse perdido as chaves de casa e perdi o cartão do Seguro de Saúde (que, já depois da 2ªvia, foi encontrado em local inusitado). Por isso, ontem não estranhei que também tivesse perdido o carro. E começo a assumir que também eu sou distraída, em vez de atribuir tudo à má sorte. (um exemplo de má sorte, ou de estranheza, é por exemplo o facto de aqueles papéis da mudança de óleo que se colocam nos manípulos do volante voarem sempre pela janela fora do meu carro)

É por estas e por outras que começo a achar que talvez eu seja a pior dos três...

Valha aos Vicentes a Mãe Vicente que vai pondo as coisas no lugar, mantendo debaixo de olho as outras e salvaguardando uma alternativa.

2 Comments:

  • At 4:14 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Isto fez-me lembrar a história desesperada dos cigarros que não encontravas nem no lixo...

    a.m.

     
  • At 4:45 da tarde, Blogger ana vicente said…

    Excelente comment, a.m.!

    Para quem não se lembra ou não conhece a história, ela está toda aqui. O desfecho da história está noutro sítio.

     

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