naperon

Duas boas amigas juntam-se para desarrumar os bibelots.

segunda-feira, julho 18, 2005

Post a piscar o olho ao flirt III

Olha por ti

Olha para mim pá
E vê como eu dou
Importância às coisas fundamentais
huhuhu

Jogo de rins (?) pá
E os trunfos marcados
Já ninguém chora
os sentimentais

Perdi as asas na lua
Apostei o meu chapéu
Mas saltei em andamento
Antes do céu

Ai de mim, Ai de mim, Ai de mim

Se não for eu vá
Olha para mim pá
Hoje é de graça

Vou mostrar-te aquilo que não se vê
êêêêêê
O lado negro da minha história
Que eu trago atrás no cabriolet


(dancing)

Perdi as asas na lua
Apostei o meu chapéu
Mas saltei em andamento
Antes do céu

Ai de mim, Ai de mim, Ai de mim

Se não for eu pá
Olha por ti pá
Vê se apareces
A sorte encontra-se por aí
íííííííííííí
Aos teus pesadelos
Diz que me conheces
É que eu lá no fundo
Gosto de ti


Ala dos namorados

*das canções mais hilariantes que conheço. Ainda acerca do que se tem vindo a falar, da leveza ao mergulhar...

2 Comments:

  • At 6:25 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    O que é o leve? O que é o pesado? Repara que eu nem pergunto se o leve é preferível ao pesado ou o pesado ao leve? Mas o que é o leve e o que é o pesado? É que podem ser enganadores. E talvez cada um deles contenha o outro dentro de si, implique o outro. Tu podes estar a fazer uma coisa leve, ligeira, e seres invadida pelo tédio, ou outro demónio semelhante, e essa coisa tornar-se insuportavelmente pesada. Como uma relação que comece em leveza e acabe por se transformar num peso. Mas também podes estar a fazer uma coisa pesada, mas de que gostas particularmente, e essa coisa torna-se, de alguma forma, leve. Ela tornar-se-ia pesada era se lhe tirassem esse peso que ela tem e que é afinal o teu prazer, ou a tua esperança, ou o teu amor, ou o que seja.
    Como escreve o Kundera:
    "Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
    Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
    (…)
    … a contradição pesado-leve é a mais misteriosa e ambígua de todas as contradições."

    Podemos imaginar o inferno como o lugar do pesado por excelência e o paraíso como o lugar da leveza, mas qualquer dos dois tem alguma coisa de pesadelo. A verdade é que precisamos de qualquer coisa de intermédio, entre o leve e o pesado, com o leve e o pesado, com o peso da leveza e a leveza do pesado. Quando procuramos o amor procuramos, de alguma forma, alguém que nos prenda e alguém que nos liberte, as duas coisas ao mesmo tempo e não uma coisa sem a outra. Sem a leveza a vida tornar-se-ia insuportável, mas sem o pesado ela tornar-se-ia insignificante.

    No fundo, todas as coisas contêm em si o seu contrário, mas não tanto como aquilo que as nega, quanto como aquilo que as complementa. O nosso erro é valorizarmos um dos lados e negativizarmos o outro.

    A frase tua que usei para ilustrar a leveza é também uma frase que existe e faz sentido num contexto do pesado (de reivindicação do pesado): "Os minutos que se gastaram em quem és, de onde vens, que me queres, pode ser, vem cá. Pensar em todos esses minutos, na expectativa, no medo, na ansiedade, no momento em que tudo se consome, consumidos que estamos pela urgência. Pensar que os tempos modernos nos querem arrancar todo esse tempo, dizer-nos que já não precisamos dele. Arrancam-nos o tempo." Arrancam-nos o pesado que dá sentido à leveza, arrancam-nos a leveza que dá sentido ao pesado. É como se nos roubassem a vida. Mas então não se está mesmo a ver que estas coisas são muito melhores sem expectativa, sem medo, sem ansiedade. Claro que sim, simplesmente o preço que se paga é que elas serão também vazias, insignificantes e irrelevantes.

    Não se pode ter sombra, quando não se tem luz. E o contrário também é verdadeiro.

     
  • At 10:45 da manhã, Blogger ana vicente said…

    Quando escolhi esta letra foi um pouco a pensar também naquilo que agora escreves. Esta letra, meio tonta meio séria (e, ouvindo a canção, percebe-se ainda melhor), tem a leveza e o peso de que falas. Até tem o drama, mas o drama é a única coisa que não nos faz falta e, por isso, é caricaturizado. O drama e o desespero não (me) fazem falta, embora os use (ou eles me usem) com alguma frequência - cada vez menos, cada vez menos...

    A letra tem também a ver com o comment da sandera ao post "Easy come, easy go". De facto, fazer algo pelo amor (e não por amor) é necessário. Por isso se não for eu pá... ou vé se apareces, a sorte encontra-se por aí.

    Mesmo o leve tem de ser intenso. E intensidade é peso, claro. É como dizes, jctp: "Quando procuramos o amor procuramos, de alguma forma, alguém que nos prenda e alguém que nos liberte, as duas coisas ao mesmo tempo e não uma coisa sem a outra."

    Queremos sentir-nos livres, por isso queremos algo (seja no amor, seja no trabalho) que nos tome por completo, que não seja insignificante. ...e não nos deixe cair em obsessão.

     

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