naperon

Duas boas amigas juntam-se para desarrumar os bibelots.

segunda-feira, novembro 29, 2004

A melhor banda do mundo

Eu nem quero saber que esteja a exagerar! Isso pouco me interessa.
Na sexta, fui ver os Clã ao Centro Olga Cadaval e decidi: não há melhor que eles! Não há vocalista melhor em palco, não há cantora mais carismática, não há voz mais bela e não há banda mais entusiasmante ao vivo!
E aquele momento lindo todo gravado em DVD.
Podia falar de mais coisas, da participação do Arnaldo Antunes (muito peculiar), do público heterogéneo (desde crianças a casais de meia-idade de Sintra), das t-shirts que comprei (e que usei durante o fim-de-semana)... mas para quê? Eles são os melhores e viva a Manuela Azevedo!
O resto guardo comigo, porque daqui só vai sair conversa de fã(nática).

Cliquem no título deste post para irem ao site. E comprem o DVD. É provável que apareça a gritar "És liiiiiiinda!". A Manela respondeu dizendo "Não, a música é que é boa". É verdade, a música é muito boa. Temos as duas razão.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Listas de Natal

Há já alguns anos que a minha relação com o Natal tem sido desvirtuada. De facto, lembro-me que o Natal era antes uma coisa sobre mim. Eu fazia a lista dos brinquedos que eu queria receber, mais tarde dos livros, dos cds e dos filmes. A partir do momento em que tens casa e trabalho, a tua lista começa a centrar-se em electrodomésticos e artigos de decoração. E tu pensas, oh Deus, aburguesei-me, estou a receber os mesmos presentes que os meus pais. E, mais estranho, a partir desse momento, começas a ter de fazer uma outra lista: a das prendas dos outros.
Não me interpretem mal: EU ADORO DAR PRENDAS!
A questão não é essa. A questão tem a ver com a ansiedade. Eu não faço a mínima ideia do que é que quero receber no Natal, mas a minha cabeça fervilha em busca de ideias para as prendas dos outros. A ansiedade não está em receber mas em dar. E isso parece-me, para contrariar a nossa estrutura emocional carente, um grande avanço.
Isto vem também a propósito de um artigo que saiu hoje no Público (o link está no título) sobre um estudo europeu realizado pela Duracell (gente pouco interesseira esta) sobre as prendas que os europeus oferecem às suas crianças. Parece que as crianças portuguesas recebem menos brinquedos! Ao que parece, os pais portugueses "só" gastam 88 euros de média nas prendas dos seus filhos, entre quatro a cinco brinquedos. Os nossos compadres europeus gastam 140 euros e compram em média 7 brinquedos.
QUE É ISTO, SENHORES?
Não bastava a malta andar para aí a querer ter um telemóvel topo de gama, um carro xptónico e uma roupa cool, agora ainda nos obrigam a comprar mais brinquedos? Pior, não bastava já nos acharmos maus em tudo, ainda por cima somos acusados de sermos fuínhas em relação aos nossos filhos? Não nos podem dar um tiro na cabeça? Para quê tanta violência? Acho inacreditável que estes estudos saiam a um mês do Natal, que terrível coincidência. Imagino os pais de norte a sul a pensarem "não quero estar na cauda da europa. O meu filho merece mais, ele também é europeu. Vou individar-me um pouco mais. Vamos estoirar o Visa! A máfia russa ainda me pode dar crédito."
Espero que os portugueses olhem para a porcaria do estudo e pensem naquilo que é mais importante e revelador no mesmo: as crianças portuguesas têm como segunda actividade favorita (a um ponto percentual de brincar) ver televisão. Isso sim é preocupante. É aí que eles podem sentir-se ameaçados na qualidade da sua maternidade/paternidade.
Eu tenho uma criança na minha vida e vou-me esforçar este ano por estar abaixo dos 88 euros (soma bem redondinha até e graúda para a minha lista de prendas). Orgulho-me disso: revela discernimento e contenção!
Cambada de chulos, perdoem-me a expressão!

quinta-feira, novembro 25, 2004

A Fórmula

Não sei se sofrem do mesmo problema que eu, mas já repararam como as vidas dos outros são fáceis de resolver.
É tudo uma questão de atitude e, cada um de nós parece ter a fórmula perfeita para resolver todos os problemas dos outros. Não estou a falar dos "problemas graves", estou a falar dos problemas emocionais, sociais, profissionais, de relacionamento e afins.
Frases como "tens de gostar mais de ti", "tens de ser livre", "tens de saber aquilo que queres", "tens de ser mais compreensivo", "tens de...", "deves..."!
Ah, é insuportável. Todos temos amigos assim. Mas o pior é quando tu próprio és assim. "NÃO PODES SIMPLESMENTE CALAR-TE?!" grita uma voz dentro da nossa cabeça. Mas, conscientes do nosso poder de análise, lá vamos cedendo à tentação pretensiosa de salvar almas.
AVISO: não dá!
O melhor é ouvir a outra pessoa e inventar uma boa história para contar no fim. É isso que devemos fazer!
Já estão a ver o que quero dizer...

segunda-feira, novembro 22, 2004

A pobre da Bridget

Toda a gente falou e falou do Diário de Bridget Jones, o primeiro. Basicamente algumas mulheres a caminho dos trinta que se identificavam com a figura da Bridget bêbada a cantar o “All by myself” sozinha em casa. Eu vi e até me diverti, mas a verdade é que a minha memória do filme prolongou-se muito mais por aquilo que me chegava da memória dos outros do que propriamente por imagens do filme. Tenho a imagem desse início hilariante e guardo outra da famosa camisola do Colin Firth na festa de Natal em casa dos pais de Bridget. Depois, lembrava-me que o Hugh Grant era o “cafajeste” e o outro o gajo porreiro mal compreendido.
Nesta neblina cinematográfica, lá me ia deixando convencer que até me tinha divertido no primeiro filme. E provavelmente até me diverti.
Mas isso acabou. Ontem fui ver o “novo diário” e, oh Deus, que grande disparate. Passou-se da ideia de comédia romântica para a comédia dos disparates, que até pode ser um género engraçado, mas que desvirtua o espírito irónico que reconhecia na Bridget.
Acredito que as mulheres a caminho dos 30 gostaram do primeiro por esse mesmo sentido de ironia em relação às suas próprias angústias, aos seus projectos de vida, às suas disfunções emocionais e aos seus dilemas existenciais.
Aqui, a Renée Zellweger transforma o trabalho de personagem numa caritura insuportável daquilo que ela supõe ser uma mulher como Bridget Jones. E as melhores piadas residem na repetição dos gags e dos momentos do filme anterior.
No fundo, acho que este filme matou a possibilidade de alguma mulher se reconhecer nesta Bridget Jones, exactamente o que tinha feito o sucesso do primeiro filme. Ela continua a ser uma mulher inteligente (ou pelo menos a caminho disso) com problemas emocionais, mas aqui aparece mais como uma pateta tonta com tiques irritantes. Não é a baixa auto-estima que me rala, é mesmo a idiotice desta personagem.
Nem a referência à Madonna salva este filme.

domingo, novembro 07, 2004

Estou de volta!

Não se deixem enganar pelo título deste post. Não vai falar da recente falta de posts no nosso blog - infelizmente o blogspot ainda não nos paga para tanto.
Quero mesmo é falar dos novos anúncios do Viagra, assinados única e exclusivamente pelos laboratórios pfizer, porque pelos vistos não podem fazer menção à designação Viagra. Para quem ainda não viu os anúncios espalhados por aí, deixo o link da página no título.
Quero falar disso porque agrada-me a abordagem directa à questão do sexo na publicidade. Normalmente é sempre abordada pela sensualidade, pela brejeirice, etc, etc., mas eles vão directos à questão da "satisfação sexual". Obviamente que recorrem a imagens fotográficas muito metafóricos, mas é tudo tão notoriamente sexual que compensa. O homem que mergulhou na piscina, o pé que se eleva no meio de outros dois... enfim, imagens que apelam de forma pouco subliminar para a ressurreição sexual de muito boa gente.
Gosto do tom da campanha e espero sinceramente que muita gente esteja de volta ou volte rapidamente. Ou não tão rapidamente assim.