Há palavras que me começam a dar jeito. Gostaria de partilhar algumas com vocês. Não as tomem, por favor, como lições de vida... ou como um manual de auto-ajuda... são apenas reflexões sobre o (meu) estado adulto, uma espécie de post-it's que colo em certas portas antes de as fechar, ou abrir, ou entreabrir, ou entrefechar, ou encostar (bem, já perceberam, post-it's amarelos que vou colando para não me esquecer das coisas). Quando acharem que vos estou a tratar por tu, desenganem-se, é a mim que estou a tratar por tu.
Amizade - Uma forma de amor mais equilibrada (em princípio). Dedicarmo-nos a ela não é tarefa fácil. Nunca tomes as relações como estanques.
Amor - Não uses a palavra em vão. Abusa dela o mais possível. Aceita o paradoxo. É um caminho. Ver
Relação.
Aprendizagem - Aprende com o que vives. É isso que querem dizer os anos marcados nas velas dos teus aniversários.
Birra - Já não dá para espernear, é um facto. Mostrar desagrado não quer dizer fazer beicinho ou inventar motivos de embirração.
Calma - Calma...
Carreira - Actualmente, não existe, mas temos de começar a pensar nela. Já não dá para fingir que o emprego que tens é temporário. Muda ou muda.
Compromisso - Sê fiel àquilo que sentes, mas principalmente sê fiel àquilo que queres. Ver
Liberdade.
Consequências - Existem. O que tu fazes tem consequências. Vive com isso, assume-o. No fundo, é isso que significa o Inferno, mas sem a parte da eternidade (ou é sem a parte do fogo?). Não te agarres ao passado, pensa no futuro, age no presente.
Desdramatizar - Começa a ser ridículo fazer grandes dramas. Se não fossem tão jovens, Romeu e Julieta teriam tido aquele final trágico ou ficariam, ao fim de algum tempo, simplesmente fartos um do outro? Tudo é relativo e é só uma questão de distância.
Desencanto - É necessário em doses médias, mas é uma palavra perigosa. Às vezes, tornamo-nos cínicos e perdemos a capacidade de nos encantarmos. É a vida. Não te preocupes que ela vai acabar por surpreender-te à mesma.
Família - Se o teu chão não for suficientemente sólido, constrói novos pilares debaixo dele e solidifica os que já tens. Não há nada mais importante que o chão que pisamos. Se caíres, é bom que ele não caia contigo. Não é uma rede, porque mesmo quando não andas no ar, precisas da família. Suporta-te a todos os níveis.
Felicidade - Não a procures no sítio errado. Já fizeste isso vezes de mais.
Filhos - É preciso ter cabeça. Não percas a cabeça. Faças o que fizeres, com ou sem filhos, não percas a cabeça. É a tarefa mais recompensante da vida, a mais difícil, a mais... nunca te iludas a respeito disso. Ser responsável, ou co-responsável, pela vida de outro ser humano é exactamente isso. Não tenhas medo de errar, é provável que acertes.
Ilusão - Chegou o momento de pôr fim a ela. Não existem princípes nem princesas. As pessoas são o que são.
Iniciativa - É agora! Faz-te à vida.
Liberdade - Ser livre é escolher, não é fugir para a frente a ver se há algo melhor. Ter muitas opções não é ser livre, escolher uma perante elas é que constitui uma acto de liberdade.
Morte - Começa a ser uma realidade cada vez mais próxima. Ver
Vida.
Poder - Corrompe. Se vais sujar as mãos, fá-lo por uma boa causa.
Propriedade - Ter coisas não significa ser uma coisa.
Relação - Palavra que substitui a palavra Amor. Amor é uma coisa que se cultiva. As relações são o caminho para o amor.
Saúde - Já não podes fingir que o corpo é só prazer, quando finalmente começaste a saber gozá-lo em pleno. O teu corpo vai surpreender-te e as surpresas não vão ser boas. Conselho: as análises são para fazer. Ver
Morte.
Segurança - Não queiras ser o George W.Bush. Sê realista. Não vejas ameaças por todo o lado.
Velhice - Ver
Vida.
Vida - Não estás morto. Vive! Ouve António Variações! Vive! Não tenhas medo... mesmo não sabendo "até quando vais viver".